sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SEÇÃO: Poesias Diversas


Não é Homenagem, é Realidade

 
“ Aos portadores da Síndrome de Down
Nossos corações expandidos
na colheita do Amor
regado por vossas existências.”

*
Celebrar a vida
tem no respeito
Razão que sublima
a todos, direito...
 

De manifestação do Ser
Agregado e orientado
Consciente do saber
 
Que valor se dá a forma,
se ela é vida de verdade?
O que faz a diferença
é viver a realidade.
 


A ótica da ignorância
preconcebe um padrão
que se vende com ideias
Deméritos, na contramão
 


A conquista da riqueza
facilita ferramentas
Não descarta a pobreza
de suas mentes atentas...

Despertas na sapiência
dos valores imateriais
Não na cor da aparência
com seus corpos ideais
 


Se o olhar é diferente
A fala, o que não diz?
Não cala com parcos dentes
Direito de ser feliz
 



Ser capaz relativiza
quem menos ou mais produz
A diferença só escraviza
quem tão pouco vê a luz...

Que aclara o processo
dos passos de vida à vida
Escolas de todo progresso
Consciência expandida



Amor como chave Divina
abre portas da compreensão
Amor que descortina
Universo de união


Luiz Tabet – Poetábet  21/03/12


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D'alma

Uma gota de luz
escorre por tênue caminho;
espargi ondas de destino;
afoga a tez de um semblante :
ora obscurecido; ora refletido
em espelho d'alma.
Retrato, retalhos, revivo...
 

Luiz Tabet -Poetábet 27/06/12


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Sem Palavras


Por que me fogem as palavras se não as tenho?
Não sei se de mim mesmo faço dono,
quem dirá o que me foge a expressão.
A base é o caminho trilhado que me esculpe as emoções...
sentidas, por vezes perdidas...porque me fogem as palavras.
Porque tudo foge, tudo passa,
tudo num quebra-cabeça
e as palavras ficam:

Serenas, corrompidas, deturpadas, assim sofridas...
porque me fogem as palavras.
 


Luiz Tabet -Poetábet 17/07/12


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Sem destino

Linhas em trapos me visto,
porque dou passos desafortunados.
Não temo a sorte porque nem apresentado fui,
logo, perco-me nos parâmetros de um segmento de vida.
A terra sob meus pés esculpem um gélido caminho
de farpas que me fissuram feridas.
Já não sinto a dor por ser física,
porque me distraio na exaustão de meus sentidos psíquicos.
Quero descanso onde quer seja permitido;
afagando a mim mesmo, nos espaços que me abraçam o corpo desfalecido...
Agraciado pela humilde permissão de em algum lugar poder existir,
sem a cobrança de meu convívio.
Peco pela espera do inesperado...
Peco pela aceitação prostrada a esmo.
Já não quero despertar de meus devaneios:
Eles são o que me restam;

eles poderão ser a minha luz,
a minha eterna caminhada...
Sem destino.
 

Luiz Tabet -Poetábet 01/08/12

terça-feira, 20 de março de 2012


SEÇÃO: Poesia Amor Erótico




Volúpia do momento


À procura do desejo
Encontrei na mesma mão
A vítima do meu cortejo
Enobrecida com a intenção


Que me punha a celebrar
 O momento presumível
De uma fêmea adentrar
Leito afoito, imprescindível

Calam vozes apressadas
Rasgos, seios descobertos
Descompassam mãos atadas
Transgredindo ânsia e vetos

Desnudados no tempero
De odores excitantes
Sob toques de arteiro
Penetrei dedos vibrantes


Sons que vinham infinitos
Geme a fêmea, tesa o macho
Movimento, rico em ritos
De magia sem despacho


Avoluma membro atento
Ofertado em rebeldia
Na procura da vadia
Personagem do momento

Esses corpos revelados
Amaciam movimentos
Frenéticos, assoberbados
De prazer, ora sedentos

Dançam línguas pelo cio
Degustando seus rebentos
Mais que sexo em desafio
Era amor, coito e alentos

A volúpia assim dizia
Era gozo em propulsão
A fêmea formosa e sadia
Fez de mim revelação


Luiz Tabet - Poetábet
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Objeto da Manipulação

Inspirado que me faço
Dei início a certos passos
Incerto na métrica da cria
Era quase eu... já não me via

Inspirado e dominado
Instrumentado pelo duo
Me senti obcecado
A entender este conluio

Pela guia inspirado
Eu me vi obstinado
Por saber quem me conduzia
Na volúpia que seduzia

Atos pródigos de domínio
Desperfilavam a imagem
Que maculava o raciocínio
Voz da pura sacanagem

Delirava-me os sentidos
Nos passos que vislumbrei
A guia em meus ouvidos
Sussurrava o que não sei

Só sei que desnudado
Objeto da manipulação
Do falo que fora sugado
Extasiei na ilusão.

Luiz Tabet – Poetábet 
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Viajei na Ilusão...
 
Lá estava eu
Inteiro... não completo
Na maturidade do Ser
sem ser... desperto
A perceber o lugar
Aparte, em meu mundo...
 
Olhar de sentidos
desatentos de pormenores
A dimensão da percepção,
era a de absorver presenças...
sem tocá-las em seus íntimos

Fincado onde me encontrava
Tinha mira em alerta
Era um bote em espera
Aguçado no odor
da presa que se espera...
 
Ela caminhava em sombras
Fugidia da beleza
se escondia de minha sorte
Intenso que me via
a um passo da ilusão
de contornos que seduziam
o mais mordaz dos predadores

Eram mundos distintos,
vedados às palavras

Engasgado em meu desejo,
abracei a rebeldia
Ao tocá-la em seu íntimo,
na penumbra que havia

Ao senti-la entre pernas
meu volume lhe rasgava
Em meio protuberante
que a anca - de costas - vibrava

Contorcida na busca do toque
Projetava lábios carnudos,
inflados na busca do beijo...
Rasgados na carne
Revelados no tesão
Umedecidos...
Escorria em cortejo,
o fel que entre pernas colava

Nossos olhos nada mais viam,
os que ao redor percebiam...
A nossa volúpia de intenções
Infindo espaço de sensações...
Escandalizavam a inveja...
Do cálido, enfervecido instante...

Desnudado de minh'alma
Voltado para mim mesmo
Vi partir, inebriante odor
de um sexo, ali quase feito
Eu estava completo... voltei... quase refeito.

Luiz Tabet – Poetábet
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Você... só você

Ei!...
Você
É!... Você mesma
Não se assuste
Eu já estou assustado
Você é meu embuste...
De um Ser despreparado

Não fique surpresa
Estou vitimado
Te desejo desesperadamente...
Inconsciente
Você é meu pecado

Por favor... não olhe assim!...
Olhar sem direção
Fixada que te faço
Fincada em minha obsessão

Sinto a frio, gélida postura
Sim!... Você mesma!
Por que me deixas na loucura?

Quero a ti, mais que a mim mesmo
Rouba-me a identidade...
Sem nada dizer em aceno

Limito-me na bravura
de arrancar-te um beijo
Quero teu corpo na fissura
Desnudada que já estás... antevejo

Evita-me nesta cura
Com perfil de negação
Nada impede que te veja nua
Larápio que sou,
em delito de compostura

Segue rumo... Por Deus!
Você... só você

Pois já me vou...

Afogar meu desespero...
desta utópica relação

Eufórico que estou
Fruto de uma vadia
Dominou-me o coração
Cego e mouco... eu partia

Luiz Tabet - Poetábet